A filosofia ocidental da Idade Moderna, ao mesmo tempo em que rompeu com a fé inabalável como explicação para os fenômenos, também foi além da razão grega, pois a visão que os filósofos modernos passaram a ter não era mais a de um mundo unívoco – como defendiam os gregos –, mas sim de um mundo disperso, múltiplo e relativo. A Terra, por exemplo, não era mais o centro do Universo, como anunciava a teoria geocêntrica desenvolvida na Antigüidade Clássica. O geocentrismo foi substituído pelo heliocentrismo (o Sol como centro do Universo). Foi nesse sentido que os filósofos modernos atuaram: a razão moderna deveria servir para reunificar a idéia de mundo e poder representá-lo com coerência.
O Renascimento Cultural, a partir do século XV, foi o marco inicial da Idade Moderna. E também da filosofia moderna. Esse movimento cultural colocou a razão natural em primeiro plano frente à fé cristã. Precedido pelo Renascimento Comercial e Urbano, que estabeleceu a economia de mercado e os princípios do Estado Moderno, o Renascimento Cultural teve início nas cidades italianas de Florença, Milão e Roma. Nessas comunidades, artistas e letrados em geral se inspiravam na Antigüidade Clássica para produzirem seus feitos. Tal acontecimento permitia que esses intelectuais pensassem com mais liberdade, principalmente em relação à Igreja Católica. Esse pensamento passou para a História com o nome de Humanismo Renascentista. Humanismo, devido à revalorização dos ideais clássicos que preconizavam que "o homem é a medida do próprio homem". Renascentista, porque ressaltava uma característica nova em relação ao humanismo clássico: o individualismo. Lentamente, o teocentrismo (Deus como centro do universo) foi sendo substituído pelo antropocentrismo (o homem como o centro do universo).
Uma das grandes preocupações da Filosofia desse período passou a ser com a questão do método, baseado de ponta a ponta na matemática. O conhecimento deveria pressupor ordem e método rigorosos. A razão, entendida como uma capacidade inerente a cada homem, coloca o filósofo moderno como "sujeito" do conhecimento, enquanto o mundo torna-se o "objeto" do conhecimento. Assim, no final do século XVI, a escolástica cedeu lugar a um conhecimento cada vez mais centrado na figura humana.
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