segunda-feira, 10 de maio de 2010

Com Tomás de Aquino, a escolástica alcançou seu apogeu.

Sua grande preocupação foi provar a existência de Deus. O simples fato de definir que Deus existe simplesmente por ser perfeito não conseguiria provar a Sua existência real; a definição seria uma idéia e, enquanto tal, nada garantiria sua existência efetiva. Portanto, ele vai além de Santo Agostinho.
Assim como Agostinho se baseou em Platão, Tomás de Aquino se apoiou no pensamento de Aristóteles para elaborar a sua doutrina filosófica.
A presença da filosofia aristotélica nas universidades européias à época de Aquino, ou seja, no século XIII, era muito intensa. Isso se deu por causa de um filósofo de descendência árabe chamado Averróis (1126-1198), que, morando na península Ibérica (área dominada pelos árabes islâmicos), influenciou a Europa Ocidental com os seus estudos sobre a filosofia de Aristóteles, até então meio esquecida na Europa. A bem da verdade, o contato de Tomás de Aquino com a obra de Aristóteles se deu por meio dos escritos de Averróis.
Apoiado no pensamento aristotélico, Aquino conseguiu sintetizar a fé e a razão, pois, segundo ele, não existem contradições entre a filosofia e a fé cristã. Ou seja, somente a fé e a revelação cristã são capazes de atingir as puras verdades espirituais. Mas, juntamente com estas, existem as verdades naturais teológicas, que podem ser obtidas tanto por meio da fé e da revelação como também pela razão e pelos sentidos. Como exemplo de uma verdade natural teológica, tomemos o fato da existência de Deus. Poder-se-ia provar tal afirmação seja pela razão, seja pela fé. Contudo, a última seria mais segura para se obter o conhecimento.
O aristotelismo contribuiu para a construção do pensamento de São Tomás de Aquino principalmente com a teoria das quatro causas, na qual Deus é a causa primeira de todas as coisas e, genericamente, com a sistematização do conhecimento de áreas que não colidissem com a teologia da Igreja.
Para provar a existência de Deus, Aquino sistematizou o problema a partir do mundo sensível, ou seja, do mundo perceptível pelos sentidos. Desenvolveu então as chamadas "cinco vias" que levariam a provar a existência de Deus:

1ª Via: Com os sentidos, apreendemos que o mundo é dotado de movimento, e nada se move por si (segundo Aristóteles). A causa do movimento deve, portanto, ser causada. Para não se chegar à infinitude das causas – o que seria inadmissível – deve haver uma causa primeira e imóvel: Deus.
2ª Via: As coisas são causa ou efeito de outras coisas, e nunca causa e efeito. Presume-se, então, uma causa primeira que não é causada: Deus.
3ª Via: Os sentidos nos mostram que as coisas existem e perecem. Sendo assim, as coisas não necessitam de existência. Logo, a existência precisa de uma causa que tenha a existência como essência: esta causa é Deus.
4ª Via: A hierarquia das coisas relativas depende de um ser que seja medida absoluta e terna da perfeição, pois, se não for assim, não teremos parâmetro para saber o que é mais perfeito. Este ser é Deus.
5ª. Via: A hierarquia das coisas também pressupõe uma Inteligência que conheça e organize o mundo, segundo sua finalidade. Essa Inteligência é Deus.

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